{Resenha} À procura de Audrey - Sophie Kinsella

Título: À procura de Audrey
Título original: Finding Audrey
Autora: Sophie Kinsella
Editora: Galera Record
Ano: 2015
Páginas: 336
Skoob
Avaliação: 4/5

Audrey, 14 anos, leva uma vida relativamente comum, até que começa a sofrer bullying na escola. Aos poucos, a menina perde completamente a vontade de estudar e conhecer novas pessoas. Sem coragem de sair de casa e escondida por um par de óculos escuros, a luz parece ter mesmo sumido de sua vida. Até que ela encontra Linus e aprende uma valiosa lição: mesmo perdida, uma pessoa pode encontrar o amor.

Essa foi minha primeira experiência com a escrita da Sophie Kinsella - autora de chick-lit muito aclamada. Apesar do livro ser divulgado como Young Adult, acho que se encaixa mais em sick-lit. Me corrijam se eu estiver errada.

Audrey tem dois irmãos: Frank e Felix. A história começa com Anne - a mãe viciada em Daily Mail - surtando porque o filho mais velho é viciado em computador. Audrey, a narradora, é chamada de celebridade pelo vizinho, mas seus pais não gostam que a chamem assim. Algo grave aconteceu para que ela ganhasse esse apelido.

"Noto, com frequência, que as pessoas equiparam "ter senso de humor" a "ser um idiota insensível"."

Ao decorrer das páginas, saberemos que a protagonista passou por incidentes críticos em seu antigo colégio e, por isso, agora anda sempre com óculos escuros. Na verdade, ela desenvolveu Transtorno de Ansiedade Social, além de Depressão. O simples fato de estar perto de alguém que não seja de sua família já causa um pânico que a faz literalmente correr para longe.

E é exatamente isso que acontece quando Linus, o amigo do irmão mais velho, passa na casa deles para jogar LoC - o jogo pelo qual Frank é tão viciado e deixa sua mãe irritada. Linus se aproxima de Audrey e ela foge desesperada. Depois desse episódio, o amigo entende que precisa ir com calma e os dois vão se aproximando de uma forma super fofa.

"Não fazemos ideia de quanta gente há no mundo até começarmos a morrer de medo delas."

Como pano de fundo para a história de Audrey e a redescoberta de si mesma com a ajuda da Dra. Sarah, está Frank e seu jogo de computador que pode render milhões de dólares, o irmãozinho Felix que é muito engraçadinho, o pai Chris que é sarcástico e divertido e a mãe Anne que é bastante neurótica, o que nos rende boas risadas. Além, é claro, de Linus, o amigo de Frank que ajuda Audrey a sair de sua bolha social.

... ♥ ...

A mãe de Audrey é meio doida, está sempre lendo o Daily Mail e acredita em absolutamente tudo publicado por eles, o que rende dor de cabeça para os filhos e o marido. Falando nele, está sempre com o Blackberry na mão e nem sempre dá a devida atenção aos filhos. Como, em sã consciência, um pai espera que o filho faça algo diferente do exemplo que ele dá? Talvez justamente por isso Frank acaba se isolando com seu computador, o que causa um alvoroço total por parte da mãe neurótica.

Linus chega de mansinho mas dificilmente não vai conquistar seu coração. Ele é paciente, compreensivo e respeita o espaço e doenças de Audrey, o que faz com que ganhe sua confiança e seu amor. Com ele, a protagonista vai aprendendo a lidar melhor com as doenças que possui e a ter um relacionamento decente com as pessoas à sua volta.

A Dra. Sarah nos traz muitos ensinamentos, e o que gostei no livro foi que passou uma ideia que a terapia não foi assim tão positiva enquanto Audrey não tomou a plena decisão de se libertar de sua cadeia mental - o que só aconteceu depois que conheceu Linus. Ficou clara a importância das pessoas certas, do carinho, paciência e compreensão para conseguirmos superar certos problemas.

"Não vai ser para sempre. Vai ficar no escuro pelo tempo que precisar, então vai sair."

Ok, falou tão bem mas não deu 5 estrelas!? Pois é. Os temas do livro são coisas que me interessam e que podem ser abordados de diversas formas: bullying, ansiedade e depressão.

O que muito me incomodou foi o fato do tal bullying não ser explicitamente explicado. Audrey menciona os episódios em alguns momentos, mas não chegamos a saber exatamente o que aconteceu para essas doenças serem desencadeadas na protagonista. Ok, temos pistas e sabemos que bullying, em geral, segue um certo padrão, mas gostaria de ter mais detalhes sobre o que de fato aconteceu com ela.

Também faltou aquela pitada de ação que nos faz querer continuar a ler o livro, sabem? É divertido, especialmente quando aparecem os pais de Audrey, mas ao mesmo tempo é paradinho. Ah, e o livro todo é enrolado e o final se desenrola em uma velocidade absurda! Não entendo por que alguns autores fazem isso. Poderiam desenvolver melhor durante a obra inteira.

"A vida é assim. Estamos todos em um gráfico de altos e baixos."

Enfim, À procura de Audrey é para quem procura uma leitura leve sobre um tema pesado, mas que vai te fazer refletir sobre os altos e baixos da vida e a importância de ter pessoas que se importam por perto quando parece que nada vai ficar bem.

Já leu? O que achou? Muitos fãs da Sophie Kinsella disseram que esse é o livro mais fraco da autora...

Acompanhe o blog nas redes sociais:

Facebook - Instagram - Twitter - Bloglovin' - Skoob