Olá, pessoas!
Hoje vim falar de uma série que eu assisti há alguns anos e atualmente estou revendo. O título nacional é A morte lhe cai bem e eu juro que não entendi por que ela teve uma audiência tão baixa a ponto de ter que ser cancelada com apenas duas temporadas. Lamentável :/
Título original: Dead Like Me
Criada por: Bryan Fuller
Gênero: Comédia dramática
Temporadas: 2
Finalizada em: 2004
A série Dead like me ou, como é conhecida no Brasil, A morte lhe cai bem, tem como foco a garota Georgia Lass, que morreu quando um assento de vaso sanitário de uma estação espacial a atingiu em cheio. A partir desse momento, ela passa a ter como função retirar almas de pessoas que vão morrer, para que elas não sintam dor no fatídico momento. Ela então fica conhecida como "a garota do vaso".
Georgia é o mau humor em pessoa e enquanto estava viva não esboçava um sorriso sequer, era amargurada com tudo, abandonou a faculdade, não tinha emprego ou amigos e era bastante desligada da família. Quando morreu, sentiu que não tinha feito tudo o que queria e poderia e se arrependeu por isso. No entanto, ao decorrer dos episódios ela vai ficando cada vez mais ligada aos outros integrantes do grupo Pacific Northwest, integrada por outros ceifadores que possuem a mesma função que ela.
- Então... toda a minha vida, tudo o que me resta são as lembranças e memórias?
- É o que fica, fofinha.
A princípio, não sabemos como os outros personagens morreram. Essas informações só são sendo reveladas capítulo após capítulo e é uma morte mais bizarra que a outra. Até o momento, assisti os 10 primeiros episódios da primeira temporada. A única morte que ainda não foi revelada (ou eu não prestei atenção) é a do líder do grupo, Rube Sofer.
Acredito que "elenco" se encaixe melhor para falar dos atores que interpretam cada personagem, mas quero falar aqui única e exclusivamente dos personagens, mesmo:
Rube Sofer: líder do grupo, age como um pai para todos os outros. É justo, inteligente, dono de um humor incrível e, por incrível que pareça, muito carinhoso. Ele sempre sabe o que os outros estão sentindo e passando e é empático da forma dele, apesar de ser um pouco cruel quando é conveniente;
- Eu queria uma carona.
- Tem duas lindas pernas. Use-as.
Roxy Harvey: além de ceifadora, ela também é uma agente de trânsito, pronta a aplicar multas em quem estaciona em locais proibidos ou excede o tempo limite de estacionamento. É fechada e no episódio em que descobrimos como ela morreu, descobrimos outra coisa muito importante sobre ela que eu não tinha percebido até então e que é o cerne da série;
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"Você já acordou de manhã e percebeu que sua vida é totalmente sem sentido?" |
Georgia Lass: inconformada com a sua morte, ela tenta exaustivas vezes entrar em contato com os membros de sua família, o que não dá muito certo (ou dá?); ela também demora a aprender a importância do trabalho que desempenha, o que causa muitos problemas. Para "ganhar a vida", tem um emprego detestável. Sim, mesmo os mortos precisam trabalhar para ter dinheiro pra comer e pagar as contas;
Daisy Adair: ela não aparece nos primeiros capítulos, mas assim que apareceu me fez detestá-la. Não consigo gostar dessa mulher, apesar de ela ter algumas atitudes louváveis (e outras nem tanto). Acho que eu sinto raiva dela por ter substituído uma personagem que eu gostava demais - vou falar dela abaixo;
Mason (só Mason mesmo): Mason, Mason... o que falar sobre ele? Ganha a vida das piores formas possíveis, é digno de desconfiança por conta de seu histórico mas é um amigo e tanto. Me fez rir inúmeras vezes com suas reflexões absurdas. É um fora da lei, mas não tem como não gostar.
Joy Lass: a amargurada mãe de Georgia sente-se culpada pela forma que tratava a filha antes de morrer, mas prefere fingir que está bem com a situação. De qualquer forma, é perceptível que sua sanidade está abandonando-a pouco a pouco;
Reggie Lass: era invisível para a irmã, mas sente tanto a sua falta que precisa de terapia para se recuperar do baque que foi perdê-la. Falta aulas, mente para os pais e - spoiler - rouba assentos de vasos sanitários para colocar em uma árvore (?) até agora não entendi essa atitude, mas cada um lida com o luto à sua maneira, né?;
Clancy Lass: não dá pra saber muito sobre ele, pois suas aparições são raras. Sabemos que ele ainda não superou a morte de Georgia, o que era de esperar. Sabemos também que ele e a filha tinham um relacionamento admirável quando ela era menor, mas um fato mudou tudo;
Delores Herbig: mulher detestável nos primeiros episódios, tragável ao decorrer deles e agora até que estou gostando dela!? Vejo-a como alguém que se recusa a desperdiçar qualquer segundo da sua vida ficando parada ou deixando as coisas pra depois. Tem alguma coisa sobre ela que ainda vou descobrir;
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"Cair é fácil, você só cai. Pular requer força de vontade." |
Betty Rohmer: assim como Mason, é outra fora da lei. Ao contrário dele, faz tudo com cautela e esbanja glamour. Adora coisas luxuosas e não mede esforços para consegui-las. É engraçada e dona de um humor negro que me fez gargalhar diversas vezes. A morte dela foi a mais bonita, se é que posso falar assim.
Além de ser uma série divertida, ela cumpre bem o seu papel de deixar lições sobre a vida e o que fazemos dela, principalmente o que deixamos de fazer. Mas se o pós-morte for como eles retratam, até que não é tão ruim, viu?
O ser humano é um clichê simples e previsível. Desilusões amorosas, traição... tudo isso já aconteceu um milhão de vezes antes. O problema é que sempre que acontece, magoa como se fosse a primeira vez. E se você tiver a sorte de se recuperar, pode ter certeza que assim que cicatrizar a ferida, outra começará a abrir.
Outro ponto super positivo: nunca vi uma série tão bem dublada. As vozes se encaixam de maneira tão perfeita que você quase acredita que realmente pertencem aos atores. Não sou chegada a assistir séries dubladas (The Big Bang Theory dublado pode ser usado como técnica de tortura, aliás), mas para essa eu "tiro o meu chapéu".
Pra terminar, vou deixá-los com uma sábia reflexão do filósofo contemporâneo Mason (só Mason mesmo):
E você, já assistiu? Ficou curioso (a)? Conta pra mim!