{Resenha} A estrela que nunca vai se apagar - Esther, Lori, Wayne Earl

Título: A estrela que nunca vai se apagar
Título original: This Star Won't Go Out
Autores: Esther, Lori e Wayne Earl
Editora: Intrínseca
Ano: 2014
Páginas: 448
Skoob
Avaliação: 3,5/5

* livro do acervo pessoal da blogueira

A Estrela Que Nunca Vai Se Apagar conta a história de Esther Grace Earl, diagnosticada com câncer da tireoide aos 12 anos. A obra é uma espécie de diário da jovem, com ilustrações, fotos de seu arquivo pessoal, textos publicados na internet, bate-papos com os inúmeros amigos que fez on-line e reproduções de cartas escritas em datas comemorativas como aniversários. A jovem perdeu a batalha contra a doença, mas deixou um legado de otimismo e celebração ao amor. Atualmente sua mãe, Lori Earl, preside a instituição sem fins lucrativos This Star Won´t Go Out (tswgo.org), que apoia pacientes e famílias que lutam contra o câncer.

Conheci esse livro, assim como tantas outras pessoas, por causa de A culpa é das estrelas. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, Hazel Grace não "conta" a história de Esther Grace. A estrela que nunca vai se apagar é a história de vida da garota que inspirou John Green a escrever A culpa é das estrelas.

Esther Gracel Earl descobriu um câncer de tireoide em 2006 e lutou por quase 4 anos, até falecer em 2010. Nesse livro, acompanhamos o diário de Esther, fotos de sua infância e adolescência, cartas que escreveu às pessoas que amava.

Ela descreve seu estado de espírito e saúde, as dores que sente e divide suas alegrias conosco, em especial o grupo de nerdfighters do qual participa. 

Não há só os relatos dela, mas também de amigos e principalmente dos pais, que atualizavam a todos sobre seus progressos, dores e fraquezas por meio de um site. 

É perceptível o quanto Esther é querida por todos que a rodeiam e o quanto estar sempre feliz faz parte de sua personalidade, mesmo quando ela tinha todo o direito a estar triste, melancólica, irritada e sabe Deus o que mais. 

Ela não culpa Deus, mas em vários momentos se pergunta o motivo de ter que passar por aquilo, embora ela assuma que isso trouxe coisas boas para sua vida, como a proximidade com sua mãe. Algo que fica muito claro é o quanto Esther era e continua sendo amada pelos seus familiares e amigos, como mesmo nos momentos de dor e fraqueza ela procurava ajudar os outros, ela queria poder ajudar quem era doente como ela.

Esther teve uma vida boa, apesar de curta. Viajou para inúmeros lugares e foi mais amada do que algumas pessoas com dezenas de anos nas costas. 

Foi triste acompanhar o desenvolvimento da doença e o definhar de Esther através das fotos e relatos. Confesso que até a metade o livro estava um pouco chato, bastante repetitivo, pois eram fragmentos do diário de Esther + site que os pais atualizavam + comentários de amigo, focando principalmente no grupo de nerdfighters do qual ela participava. 

A importância da Internet, de Harry Potter e dos amigos nos traz uma lição de amizade, amor e esperança, mas, veja bem, ela era só uma menina, seus pensamentos eram bobinhos e, assim, seu diário também era. Acredito que poderiam ter enxugado boa parte dessas quase 500 páginas.

Algo que surgiu ao ler A estrela que nunca vai se apagar é uma admiração pelo autor John Green. O único livro que li dele - A culpa é das estrelas - não é o meu livro favorito, mas ele é uma pessoa realmente maravilhosa.

Esther era uma menina de coração puro e bondoso que sem dúvidas não merecia o sofrimento pelo qual passou, mas se nem ela mesma questionou Deus sobre seus desígnios, quem sou eu para fazer isso?

Esther Grace deixou um legado de amor e altruísmo. Seus pais fundaram a This Star Won't Go Out, que arrecada dinheiro para ajudar a custear tratamentos de crianças com câncer (e outros projetos que Esther teria aprovado). 

A diagramação está belíssima, rica em cores e detalhes. Não encontrei erros de revisão e é uma leitura muito fluida, pois são fragmentos de pensamentos, escritos, fotos e afins. Se fosse mais breve, ao meu ver seria melhor, mas isso não impediu de lágrimas e mais lágrimas rolarem pelo meu rosto nas páginas finais.

Aliás, ao final do livro, podemos ler alguns rascunhos de obras de ficção que Esther tinha começado a escrever. Estão todos inacabados e isso me lembrou demais de Uma aflição imperial. Como John Green fez questão de ressaltar, A culpa é das estrelas não é um livro baseado na vida de Esther, mas sim inspirado por ela.

A estrela que nunca vai se apagar é um livro recomendado para quem gosta de narrativas feitas através de cartas/diários, para quem precisa de uma dose de motivação, para quem acredita que o amor é mais forte que a Morte e especialmente pra quem não tem medo de derramar lágrimas ao ler um livro biográfico. 

POST VÁLIDO PARA O TOP COMENTARISTA DE ABRIL 

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