Capotei em Uma curva no tempo (Dani Atkins)

Ok, o trocadilho foi meio besta, mas eu realmente fiquei capotada com esse livro.

Você provavelmente já leu livros de viagens no tempo, de pessoas que "têm" duas vidas, de gente que está num lugar em que não deveria estar, enfim... eu sinceramente não sei bem como descrever esse livro, portanto deixo-lhes com a sinopse. Depois conto um pouco das minhas impressões sobre ele.

A noite do acidente mudou tudo... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel está desmoronando. Ela mora sozinha em Londres, num apartamento minúsculo, tem um emprego sem nenhuma perspectiva e vive culpada pela morte de seu melhor amigo. Ela daria tudo para voltar no tempo. Mas a vida não funciona assim... Ou funciona?

A noite do acidente foi uma grande sorte... Agora, cinco anos depois, a vida de Rachel é perfeita. Ela tem um noivo maravilhoso, pai e amigos adoráveis e a carreira com que sempre sonhou. Mas por que será que ela não consegue afastar as lembranças de uma vida muito diferente?

Skoob

PERSONAGENS

Rachel é uma moça bastante apegada ao pai e aos amigos. Tem o sonho de ser jornalista. É humilde e de gostos simples, contrastando com Matt, seu namorado/noivo, que ostenta os bens materiais que tem e é bastante arrogante, principalmente com Jimmy, o melhor amigo da protagonista, que é carinhoso, muito ligado a ela e cuida dela como se fossem irmãos.

Cathy é uma megera. Todo mundo conhece uma Cathy. A garota bonita que não tem mais nada a oferecer além de seu rosto e corpo perfeitos. Para a salvação de Rachel, ela tem a Sarah, uma amiga e tanto, uma relação em que ambas sabem que podem ser totalmente transparentes uma com a outra. 

Por fim, Tony - o pai de Rachel - é o típico paizão que faz qualquer coisa para ver a filha feliz. Existem alguns outros (poucos) personagens que aparecem com bem menos ênfase, então não pude vislumbrar muito de suas personalidades. 

NARRATIVA

Por ser feita em primeira pessoa pela protagonista - Rachel -, é possível adentrar os pensamentos dela de uma forma que, sendo feita em terceira pessoa, não seria tão aprofundada e verossímil. Apesar de amar livros com narrativas intercaladas entre duas pessoas, tenho certeza que não funcionaria nesse caso. A história é focada única e exclusivamente na confusão mental de Rachel e não há espaço para outro narrador.


O enredo não é tão envolvente, algumas coisas são bem previsíveis e devo dizer que mais de uma vez senti raiva da ingenuidade da protagonista. Ela não via coisas que estavam na cara dela, ou então fingia não ver. E isso não tem nada a ver com a situação pela qual ela estava passando. Não. Deu pra perceber que se trata de um traço de personalidade dela, mesmo.

Rachel acredita piamente que tudo se trata de um sonho. Algumas vezes cogita estar doente ou com amnésia, mas no geral insiste em estar sonhando ou que está ficando louca (ou todos estão ficando loucos).

"Deitada nos lençóis engomados do hospital, aguardando os comprimidos que engolira fazerem efeito, ponderei o cenário curiosamente complexo que meu subconsciente reunira. Todos os fatos e personagens estavam presentes, mas os detalhes e acontecimentos tinham sido torcidos numa estranha realidade paralela. Era a minha vida, mas não como eu a conhecia, porque ali ela era muito melhor: Jimmy ainda estava vivo, meu pai não estava doente – nem eu, ao que parecia – e Matt e eu estávamos noivos e íamos nos casar. Era quase uma pena acordar. " - p. 71 

O final não foi surpreendente pra mim porque já tinha lido outro livro com o mesmo enredo, mesmo dilema de não saber o que é real e o que não é, mas o que ganha o leitor nesse desfecho no caso de Uma curva no tempo é a escrita de Dani Atkins, extremamente emocionante, dramática e real. 

ASPECTOS GERAIS DO LIVRO

Como deu pra ver pelas fotos, eu li o e-book, portanto não posso opinar em relação à fonte, margem, cor das páginas, etc. Só o que posso dizer é que não lembro de ter encontrado erros de revisão, o que pra mim já está de bom tamanho.
Ah, e essa capa é lindíssima! Tem uma combinação de cores muito bonita, além da ilustração ter um significado todo especial.

"– Estão todos certos. Você é louca. Ninguém nunca lhe disse que, quando se cria um mundo de fantasia, ele deve ser melhor que o mundo real... e não mil vezes pior? " - p. 133 

E você aí, já leu ou gostaria de ler!? Me conta!

Avaliação: