{Resenha} Suzy e as águas-vivas - Ali Benjamin

Título: Suzy e as águas-vivas
Título original: The Thing About Jellyfish
Autora: Ali Benjamin
Editora: Verus
Ano: 2016
Páginas: 223
Skoob
Avaliação: 3/5

Às vezes, quando nos sentimos mais solitários, o mundo decide se abrir de formas mágicas.
Suzy Swanson está quase certa do real motivo da morte de Franny Jackson. Todos dizem que não há como ter certeza, que algumas coisas simplesmente acontecem. Mas Suzy sabe que deve haver uma explicação — uma explicação científica — para que Franny tenha se afogado.
Assombrada pela perda de sua ex-melhor amiga — e pelo momento final e terrível entre elas —, Suzy se refugia no mundo silencioso de sua imaginação. Convencida de que a morte de Franny foi causada pela ferroada de uma água-viva, ela cria um plano para provar a verdade, mesmo que isso signifique viajar ao outro lado do mundo... sozinha. Enquanto se prepara, Suzy descobre coisas surpreendentes sobre o universo — e encontra amor e esperança bem mais perto do que ela imaginava.
Este romance dolorosamente sensível explora o momento crucial na vida de cada um de nós, quando percebemos pela primeira vez que nem todas as histórias têm final feliz... mas que novas aventuras estão esperando para florescer, às vezes bem à nossa frente.

História de amizade? Talvez. Creio que Suzy e as águas-vivas seja mais sobre crescimento pessoal e amadurecimento. Vamos ver se você concorda!?

Suzy Swanson é muito curiosa e inteligente. Sua disciplina favorita é Ciências e, por isso, ela sempre descobre coisas incríveis sobre espécies de animais, inclusive a sua própria. Ela sabe muitas coisas sobre o corpo humano e acha isso fascinante, mas nem todos concordam.

Ela e Franny são amigas desde pequenas, amigas do tipo inseparáveis, até que elas crescem, os interesses mudam e o que parecia ser inabalável acaba ficando cada vez mais estranho. Elas vão se afastando até cortar totalmente o contato, o que seria algo aceitável para crianças em idade pré-adolescente, que vivem brigando e se amando. O que Suzy não sabia, entretanto, é que sua amiga de infância morreria pouco tempo depois, afogada.

A protagonista tem certeza que Franny não poderia ter morrido afogada, pois ela nadava muito bem. Então começa a procurar outras explicações para a morte, e acaba chegando a uma minúscula e fatal água-viva. A partir daí, começa a buscar especialistas e fazer cálculos para provar que, na verdade, Franny morreu por causa de uma picada de água-viva.

Enquanto busca respostas sobre uma antiga amizade que nunca retomará, Suzy perceberá que, às vezes, as coisas não são como a gente quer. Ainda assim, podemos encontrar coisas boas onde menos esperamos.

... ♥ ...

Não sei se eu tinha muita expectativa com esse livro, se eu estava esperando algo diferente ou O QUE, mas a questão é que eu terminei ele com a sensação de que estavam faltando páginas. Gostei demais da forma como a autora escreveu a obra, como se fosse um trabalho científico elaborado pela protagonista e abordando diversos aspectos da vida das águas-vivas, mas me pareceu que o livro focou demais nessas espécies e acabou deixando de lado a lição que ele deveria trazer.

Suzy é apenas uma adolescente e, como tal, não sabe direito como as coisas são, mas creio que ela poderia ser mais esperta em alguns momentos, como quando a amiga passou a agir de forma completamente estranha com ela. As atitudes que ela resolveu tomar não coincidem com a personalidade de uma menina tão inteligente como ela.

Eu sei que cada pessoa lida com o luto de uma forma diferente e até entendo a mudez dela por semanas após a morte da amiga, mas outras coisas acabaram não tendo muito sentido pra mim. Além disso, o relacionamento que ela acaba desenvolvendo ao longo das páginas também poderia ser melhor trabalhado, deixando mais clara a lição de que alguns amigos mudam, se perdem, se vão, mas outros que a gente nem imagina também vêm.

Mais do que a protagonista, eu adorei a Professora Turton, que atiçou a centelha que Suzy precisava para elaborar o trabalho em questão e que é um grande exemplo de professora em muitos aspectos (quero ser como ela quando eu crescer, rs). Gostei também de ter aprendido várias coisas sobre essas espécies encantadoras - mas só de longe.

Encontrei pouquíssimos erros de revisão e cada início de capítulo é uma parte de um trabalho científico, como na imagem abaixo. Sabem que as explicações sobre cada uma dessas partes foram melhores do que as que tive em quatro anos de faculdade? Pois é.

Em suma, Suzy e as águas-vivas é uma história bonita sobre persistência, amadurecimento, perda, luto e resiliência mas que não foi tão bem trabalhado quanto deveria.

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