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17/09/2016

{Resenha} Eu estive aqui - Gayle Forman

17/09/2016
Olá, pessoas.
Pra quem não sabe, Setembro é o mês de prevenção ao suicídio. É triste, mas cada vez mais pessoas jovens acabam com suas vidas por conta de problemas que acreditam não ter solução: abandono, rejeição, bullying, perdas... 

Infelizmente, nem todas as pessoas são empáticas a ponto de ao menos tentar entender o que o outro passa e sente para dar o apoio necessário, e além de todos os problemas já citados vem mais um: o preconceito. Por isso é tão importante a conscientização trazida durante esse mês, embora eu acredite que isso deveria acontecer todos os dias do ano: distribuir amor, empatia, dois ouvidos e um ombro amigo. Apenas ouvir o desabafo de alguém e/ou dar um abraço pode salvar vidas! Pensem nisso, por favor.

Enfim, trago a resenha desse livro que fala justamente sobre suicídio: Eu estive aqui, da Gayle Forman.


Título: Eu estive aqui|Autora: Gayle Forman|Editora: Arqueiro|240 páginas|Skoob|Avaliação: 4/5


Meg e Cody são as melhores amigas que prometem ser colegas de quarto na Universidade, quando chegar o momento de irem para uma. O que acontece é que Cody - diferente de Meg - não consegue uma bolsa para a que ambas almejavam, e é aí que tudo começa a desmoronar: os e-mails que eram diários vão ficando mais e mais escassos, até que simplesmente deixam de existir.

Em um dia, porém, tudo muda, quando Cody recebe um e-mail de Meg explicando que ela se matou porque já não aguentava mais e que a culpa não era da amiga. Como foi possível constatar, esse e-mail foi programado e quando Cody o recebeu, a suicida já estava morta há algum tempo.

É assim que funciona com as mentiras? A primeira é difícil, a segunda é mais fácil, até que saem da sua boca com mais facilidade do que as verdades - talvez porque sejam mais fáceis do que elas.

Narrado em primeira pessoa por Cody, Eu estive aqui nos traz a história dessa protagonista que procura descobrir os motivos que levaram a amiga a se suicidar. Como elas haviam se afastado, ela acredita ter uma grande parcela de culpa na atitude extrema que a amiga tomou. Devastada pela perda e pela culpa, ela precisa ao menos descobrir quais foram os motivos de tal atitude.




A pedido de Sue e Joe - pais da suicida - Cody viaja até a cidade onde a amiga morava para buscar alguns pertences, e aí conhece as pessoas com quem ela convivia diariamente. Ela também encontra um arquivo estranho, criptografado, no computador da amiga e, a partir daí, busca abri-lo e descobrir seu conteúdo.

Os pais de Meg são como pais para Cody, diferente de sua mãe biológica, Tricia, que mais parece uma madrasta bem má que odeia a enteada. Por esse motivo, a protagonista os ajuda sempre que precisam, mas precisa esconder as coisas que descobre no computador para evitar mais dor e sofrimento a eles. Quando enfim resolve contar, vem a surpresa: eles já sabiam.

Estou adiando esta decisão há muito tempo, ela escreveu em sua mensagem. Há muito tempo? Quanto? Semanas? Meses? Anos? Eu conhecia Meg desde o jardim de infância. Éramos melhores amigas, quase irmãs. Por quanto tempo ela adiou a decisão sem me contar? E o mais importante: por que ela não me contou?

Como, então, a própria melhor amiga poderia não saber o que estava acontecendo com Meg? Cody viaja quilômetros e mais quilômetros em busca da pessoa que pode ter a resposta para suas perguntas, mas ao chegar lá percebe que aquilo tudo não adiantaria de nada, que nada traria Meg de volta e que, na verdade, a pessoa que ela queria tanto culpar pela morte dela, não havia feito nada de mais. Ou fez?



Na jornada em busca de respostas, Cody conhece Ben, que também se culpa pela forma como a vida de Meg terminou. Na história, os dois precisam lutar para perdoar a si mesmos por não ter percebido que a amiga precisava de ajuda. Mais do que isso, precisam lutar para perdoar as pessoas que ainda estão vivas.

Eu estive aqui é, sem sombra de dúvidas, um livro que nos leva a refletir: será que realmente conhecemos aquelas pessoas com quem convivemos? Será que nossas palavras refletem de forma negativa na vida das pessoas a nosso redor? A reflexão mais importante pra mim foi: será que sou capaz de evitar o suicídio de alguém com algumas palavras de conforto, com minha simples presença?

A resposta é: não sei. De verdade. E provavelmente você também não saberá até que tente. Portanto, deixe o preconceito e a timidez de lado e busque ouvir o que o outro tem a dizer. "Leia" nas entrelinhas. Conforte-o. Deixe-o saber que é importante. Guarde suas palavras e pensamentos amargos para si. Muitas vezes uma simples palavra pode ser a gota d'água necessária para que alguém tire a própria vida.

#SetembroAmarelo

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16 comentários:

  1. Que engraçado, vim aqui dar uma olhadinha no teu blog e tem post sobre o Setembro Amarelo também! Fiquei feliz porque é muito importante essa abordagem pra quebrar o tabu que são, ainda, os transtornos mentais. Li a resenha do livro, mas eu mesma não consigo me aprofundar muito ainda no assunto. Cada vez que vejo algo relacionado fico um tanto "travada", acho que é meio "gatilho". Mas adorei tua abordagem <3 beijos!

    http://morcegocosmico.com

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  2. Oiii Kemmy! Eu já tinha visto esse livro, mas não parei pra ver uma resenha e amei o enredo! Vou anotá-lo aqui :D O suicídio é um ato que tem números gigantescos mas é um tema tão tabul que a sociedade não fala né?! Eu acho super importante a divulgação entre os blogs, eu já visitei alguns e vi que está havendo realmente uma união para combater! Amei o post e sua resenha *--* parabéns pela iniciativa :D

    *Beijokas -Hellen Barros.

    www.apenasgiz.com.br

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  3. Oi Kemmy, tudo bem? Também entrei na campanha do Setembro Amarelo no meu blog com a resenha do Os 13 Porquês e até o final do mês ao menos mais dois livros com essa temática será abordado lá. Eu não conhecia esse livro, eu li Se Eu Ficar dess autora e odiei, desde então eu fujo dela, hahaha, mas, esse parece ser muito bom. Quem sabe... Parabéns pela iniciativa!

    Beijoooo

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  4. Concordo muito com você! Esse conforto é algo dado ao próximo diariamente, não um mês exclusivo para isso e depois vira as costas, mas enfim kkkk
    Nossa, juro que não sabia que esse livro era sobre suicídio! Já vi a capa tantas vezes e nunca me interessei em saber mais a respeito.
    O seu questionamento é muito pertinente e eu sinceramente acho que depende de vários fatores. Quem pensa seriamente em suicídio é porque se encontra num estado muito grave, muitas vezes inalcançável, e acredito que palavras não sejam suficientes, mas a gente sempre faz a nossa parte, né?
    Já leu Por lugares incríveis? É um livro sensacional sobre o mesmo tema. Nunca me recuperei daquele livro e os ensinamentos dele.

    xx Carol
    http://caverna-literaria.blogspot.com.br/

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  5. Olá Kemmy, como vai?
    Eu estou para ler esse livro há tempos, eu amo os livros da Gayle Forman, a escrita dela e a forma como consegue criar personagens tão originais.
    Esse livro traz uma história tão intrigante, adorei ler sua resenha e fiquei ainda mais curiosa para ler esse livro <3

    Abraços,
    pile of roses

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  6. Olá Kemmy
    Vim agradecer e retribuir sua visita no bloguito, já estou seguindo aqui como Luli Ap.
    Amei seu blog <3
    Não conhecia essa campanha setembro amarelo, achei sua iniciativa excelente, parabéns em divulgar!
    O livro que vc escolheu é perfeito, eu fiquei instigada e já coloquei na minha listinha dos desejados.
    Um tema reflexivo, atual (talvez mesmo atemporal), as vezes tão ao alcance de uma atitude nossa.
    Por isso a importância de ouvir com atenção, com cuidado e com carinho (não só escutar).
    Parabéns pela resenha
    Bjs Luli
    Café com Leitura na Rede

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  7. Oi, Kemmy. Eu ainda não li nada sobre suicídio ainda, mas sei que este mês é importante e que devemos nos conscientizar, pode ser um amigo nosso o próximo a querer cometer algo assim. O que devemos fazer? O bom de livros assim é que eles sempre nos ajudam a entender as motivações das vítimas e nos ajuda também a entender como podemos seguir em frente, perdoar e parar de sentir culpa. Isso sim é importante!
    Eu amei a indicação e vou ler assim que possível.
    Beijo, Visite o Leitora Encantada

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  8. Eu amei o tema do livro, com certeza deve fazer o leitor refletir demais.
    Vou procurar para comprar, me interessei demais!
    Beijos
    BlogCarolNM
    FanPage

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  9. Já vi esse livro várias vezes pra vender e nunca me ative a procurar a sinopse e resenhas. Mas adorei a sua! Fiquei com vontade de ler, acho que de fato a gente não conhece as pessoas com quem convivemos, apenas conhecemos o que elas nos deixam ver... complicado, né? Vou pôr esse na minha listinha! Beijão!
    http://tipsnconfessions.blogspot.com

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  10. Olá Kemmy tudo bem?
    Vim aqui retribuir a sua visita e amei seu blog, muita dica de livros legais e já estou seguindo vc para acompanhar tudo de pertinho.
    Eu não conhecia esse livro, gosto muito de ler mas não se acompanhar tão aciduamente os lançamentos e autores.. Gostei muito do seu post e da sua resenha. Parece ser um ótimo livro e fiquei muito interessada em iniciar essa leitura :)

    Beijos
    Fran
    Achei e Rabisquei

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  11. Olá, Kemmy.
    Eu ainda não li esse livro, mas morro de vontade de ler. O tema é um que precisa ser divulgado porque infelizmente cada dia mais pessoas, e principalmente jovens estão tirando sua vida. E o pior disso é que as pessoas em volta só percebem quando é tarde demais.

    Blog Prefácio

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  12. Gostei bastante da sua resenha sobre o livro, já li outro livro dessa autora e não gostei muito, mas esse parece ser muito bom, apesar de triste.
    Beijos
    Bluebell Bee

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  13. Olá Kemmy,

    Não li o livro mas, estou lendo sempre que posso a respeito qualquer matéria, filmes e dentre outros que sai a respeito.

    Um beijo,

    www.purestyle.com.br

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  14. Oi Kemmy!

    Que fotos lindas!

    Eu nunca li nada da autora, mas gostei dos questionamentos que o enredo mostra, tem uma premissa bem interessante. Parece ser uma excelente leitura!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

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  15. Kemmy
    Muito bacana você ter aderido a campanha do Setembro Amarelo.
    Deixo aqui uma indicação de uma literatura espírita
    Leila, a filha de Charles -
    "Uma história arrebatadora e emocionante que revela todo drama vivenciado por aqueles que se entregam ao suicídio, seja consciente ou inconsciente, fugindo da vida e das responsabilidades assumidas, julgando assim se livrar de suas dores e sofrimentos."

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  16. Oi, Kemmy.
    Os livros dessa autora parecem muito bons.
    Ela tem um talento realmente especial
    Vi o filme Se eu ficar e gostei muito.
    Esse livro em especial trata de um assunto dramático e inexplorado.
    É um tema que merece ser melhor trabalhado porque evitaria a perda de vidas humanas.
    Gostei bastante da resenha.
    Abraços.
    Diego || Diego Morais Viana

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